A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 60% dos casos de cegueira são evitáveis, ou seja, quase 700 mil brasileiros cegos poderiam enxergar, caso recebessem tratamento de forma precoce.
Uma das melhores maneiras de combate é a informação, por isso, e em razão do Abril marrom, o mês dedicado à conscientização sobre a prevenção a doenças oculares que levam à cegueira, na postagem de hoje vamos falar sobre a ceratite microbiana.
Ficou cega por colocar lentes com as mãos molhadas
Recentemente, a britânica Irenie Ekkeshis ganhou o noticiário de todo o mundo com a história da perda da visão de um dos seus olhos provocada por algo que parece inofensivo: o contato de sua lente com água.
Segundo Irenie, tudo começou em uma manhã de janeiro de 2011, quando acordou com o olho direito lacrimejando sem parar. “Pensei que estava com uma pequena infecção e que melhoraria em poucos dias. Mas naquela noite não consegui entrar na cozinha, a luz fluorescente parecia brilhante demais. Estava com muita dor”, revelou.
Seus sintomas eram de ceratite. No seu caso, desenvolvida pelo simples fato de lavar as mãos e não secá-las antes de manipular suas lentes.
O caso é raro. A ceratite foi descoberta recentemente, sendo que no Brasil os primeiros casos são de 1988. No Reino Unido, um em cada 50 mil usuários de lentes de contato (os mais afetados pela doença) são infectados por esse protozoário a cada ano.
“Meu conselho é simples. Nunca deixe que suas lentes entrem em contato com água – no chuveiro, para nadar ou quando for lavar. Apesar de raras, as infecções por Acanthamoeba keratitis (AK) [ceratite] podem acontecer e as consequências podem ser devastadoras”, alerta a britânica com base em sua experiência.
Causas da ceratite e formas de prevenção
Os principais agentes causadores das ceratites infecciosas são bactérias, que podem ser causadas também por vírus, amebas e fungos. O contágio por esses microrganismos está relacionado a traumas, uso de lentes de contato ou doenças e cirurgias oftalmológicas.
Traumas oculares ocorrem em decorrência de agressões externas como o contato acidental com substâncias tóxicas, produtos de limpeza, por exemplo; em quadros de alergia; ou ainda na exposição de forma desprotegida à luz violeta, que pode ocorrer na praia (use óculos escuros), neve ou em sessões de bronzeamento artificial. Cirurgias oculares e traumas podem levar à infecção dos olhos caso não haja uso adequado de colírios.
E como revelado pelo caso de Irenie Ekkeshis, no uso de lentes de contato. A forma de prevenir a doença é fazer a higienização adequada das lentes e do estojo, ou seja, não utilizar soro fisiológico, mas sim produtos específicos para limpeza das lentes e não lavá-las em água da torneira, nem higienizar as mãos e deixar de secá-las, como bem destacou a britânica. Outras dicas importantes são evitar coçar os olhos e limpar diariamente os cílios.
Consulte sempre um especialista
Existem outras formas da doença que não são infecciosas, por isso a importância de passar em consulta com um oftalmologista; apenas ele será capaz de diagnosticar a ceratite e também prescrever o melhor tratamento, pois para cada caso há um cuidado específico.
O acompanhamento oftalmológico é seu grande aliado no combate à cegueira e às doenças oculares. Entre em contato e marque sua consulta com a Konno Oftalmologia.
Fonte: Conselho Brasileiro de Oftalmologia.
Eliana Loureiro
