Perda da visão pode ser prevenida, mas uma vez perdida, não há volta. Pelo menos, não havia até agora.
A Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRH) e a Retinite Pigmentosa (RP), uma doença genética rara, ambas causam a morte das células da retina, região no fundo do olho responsável por converter a luz em sinais elétricos.
Nos últimos anos, a solução para esses casos era a fixação de implantes na retina. No entanto, eles não eram muito bons, não permitindo enxergar detalhes, apenas distinguir o claro do escuro, além do fato de serem muito caros. Só que era melhor do que nada.
Olhar de Futuro
Só que o professor de neurocirurgia e oftalmologia de Universidade de Medicina de Stanford, E.J. Chichilnisky, tem uma visão para os implantes de retina. Ele pretende criar um dispositivo que revolucione a maneira que esses implantes se comunicam com o cérebro.
A Retinite Pigmentosa e a DMRI matam as células da retina, mas não todas. Pensando que cada célula é responsável por enviar uma informação ao cérebro, como a iluminação, cores, entre outros.
Sua ideia é implantar cirurgicamente próteses inteligentes nos olhos de seus pacientes, que sejam capazes de ler a retina para descobrir qual informação quer ser transmitida e, assim, estimular corretamente o cérebro, de forma a ser vista a imagem. Um mecanismo que funcionará sem fio, wireless.
Obstáculos
Os implantes precisam ser feitos de um material que possa ficar na retina por longos períodos sem danificá-la e sem que haja rejeição do organismo. Também é necessário que os eletrodos que possibilitem a visão estejam em um chip pequeno, que não emita muito calor.
Atualmente, a equipe de E.J. Chichilnisky vem desenvolvendo e testando o novo aparato, mas não é o único. Outros cientistas também vêm buscando uma “cura” para a RP e a DMRI por meio de terapias genéticas e com células-tronco.
Essa corrida não assusta Chichilnisky, pois o pesquisador compreende que seu estudo não ajuda apenas a devolver a visão; e sim investiga a comunicação com o cérebro de uma forma que pode igualmente beneficiar o entendimento de doenças como o Parkinson e Alzheimer e o controle de próteses.
Uma forma de hackear ou aprimorar nossa própria biologia, transformando-nos em ciborgues, meio humanos, meio máquinas.
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Eliana Loureiro